Eu já vi este filme há algum tempo, mas estava a deixar a ideia marinar um pouco, para ver se a refeição saberia melhor. Não há nada a fazer. É muito mau decididamente. E por onde começar… Talvez ir ao inicio!
O mentor desta trilogia é Paul W.S. Anderson. Ele foi o argumentista, produtor e realizador do primeiro, embora não tenha realizado o segundo e terceiro, teve o dedo, perdão a mão nestes filmes. Depois de um momento de reflexão para vociferarmos palavrões vis e indescritíveis para um blog destes, contra Anderson, tomemos por pontos. George Romero, foi a primeira pessoa a quem deram o trabalho de fazer o guião. Tem toda a lógica, uma vez que ele é o pai dos Zombies e sem ele o jogo que deu origem aos filmes nunca teria existido. Deixou o projecto em 1999, pois alguém (Bernd Eichinger, um produtor alemão) não gostou do guião que tinha em Jill Valentine o personagem principal deste filme. Pois segundo reza a lenda só o amigo Bernd, é que não gostou do script. Um ano depois Anderson pega no filme e (pensou eu) terá tentado reinventar a ideia, criando uma história de raiz e possivelmente pensado num plano de marketing para fazer um novo jogo, talvez um spin-off da série de jogos originais. Neste primeiro filme não há uma única personagem dos jogos. Claro que temos, os zombies e os cães e a empresa Umbrela, mas fora isso não há nada que identifique o filme com o jogo.
Não sei se é verdade ou não, mas o certo é que não houve jogo spin-off e as criticas não foram as melhores. O filme, enquanto um filme de zombies (como tantos outros) não foi mau, mas a ser baseado naquele jogo (AQUELE JOGO!), deixou muito a desejar e talvez seja por isso que temos o Resident Evil 2: Apocalypse. Para fazer o gosto aos fãs, adicionou várias personagens dos jogos. Temos Jill Valentine, Carlos Oliveira, Nemesis, Ashford. Temos também inúmeras referências aos jogos, para deleite dos fãs, como a cena do camião cisterna que derruba um dos veículos da umbrella, numa clara alusão ao vídeo de entrada do Resident Evil 2. Em suma há mesmo uma clara influência dos jogos neste filme, tanto do segundo jogo como do terceiro. Estava prevista até a inclusão de Claire Redfield neste projecto, mas acabou por ficar fora do guião final devido à desistência de Emily Bergl do papel. Mas o que é bom também acaba e se os primeiros 20 a 30 minutos do filme, são completamente “Resident Evil”, cheios de sustos e num ambiente muito escuro, eis que chega Milla Jovovich na sua mota e com super-poderes. De facto, arruína o que podia ter sido um bom filme. Nem o Nemesis, salva a coisa.
Anderson no entanto não se cansou e disse: Vamos fazer um terceiro e arruinar de vez o nome do jogo no cinema. Surge então Resident Evil: Extintion. Se eu basear a minha critica no que é o jogo, é a ruína completa. E o que fazer para não destroçar o filme completamente? Vamos analisa-lo independentemente.
O mundo está completamente infectado com o T-Virus. O cenário é de extinção da raça humana em favor dos Zombies, ao estilo Mad Max, sem gasóleo, ou agua, ou tabaco e marijuana (como é realçado por um dos personagens). Neste cenário apocalíptico, um grupo de pessoas sobreviventes lideradas por Claire Redfield (e qualquer semelhança ao jogo é só mesmo o nome, por muito que goste de Ali Larter em Heroes, Deus do céu…), tenta encontrar um sítio onde não haja zombies e possam viver descansados. Ao mesmo tempo, Alice (personagem da Milla) tenta encontrar os grupos remanescentes da corporação Umbrella (que numa clara alusão ao Day of the Dead de Romero, dedicam-se a treinar os zombies), para acabar com eles, devido às suas intenções durante os primeiros dois filmes.
Acho que este filme, foi feito com um orçamento inferior aos anteriores. Se bem que o trailer ou teaser do filme é dos mais extraordinários que já vi, o facto de ser no deserto, os jipes à Mad Max, claramente indicam que não havia dinheiro para construir cidades “desfeitas”. Milla é agora um Deusa autêntica, só lhe falta uma capa vermelha; Carlos e LT (personagens muito importantes no segundo), praticamente estão desaparecidos e Claire, estar no filme ou não, não faz absoluta diferença. Em suma, com um ambiente solar, com areia a mais, resta dizer que se quisermos um filme de pancadaria, óptimo. Agora senão quisermos…
4/10
P.S.Mal Posso esperar pelo remake...