Shia LaBeouf está na moda. E está muito bem. O miúdo está a tornar-se um excelente actor e a prova viva é ser ele o motor onde assentam os filmes que faz. Até em Transformers, grande parte do sucesso do mesmo foi devido à capacidade artística deste jovem senhor do cinema.
Disturbia, é catalogado como um remake de “Janela Indiscreta” sem nunca se declarar como tal. Obviamente assenta aí as suas origens, mas não deixa de ser ou ter os seus momentos originais. Achei-o uma lufada de ar fresco em tanto filme indiferente que ronda as nossas salas de cinema. A realização de DJ Caruso é sóbria. O filme, ou não soubéssemos já o seu final por antecedência, é paciente, moroso sem nunca cair no desespero da inércia, levando-nos passo a passo até chegarmos ao clímax por que esperamos. À falta de acção durante a maioria do filme, temos um Shia LaBeouf sempre ritmado e extremamente expressivo a conduzir o filme. A ele junta-se Sarah Roemer, a sua vizinha extremamente sexy cuja relação faz pensar que o filme não é aquilo que aparenta e sim uma história de amor adolescente, Aaron Yoo que juntamente com Shia faz o alívio cómico ao filme, Carrie Ann-Moss a mãe de Shia e por fim o sempre duro e enigmático David Morse (impressionante a forma como cada vez que aparece, transmite a sensação de mau estar no espectador).
Kale (Shia) está a passar por um período conturbado na sua vida. O seu pai faleceu num acidente de carro e a sua mãe trabalha dia e noite para os sustentar. Na escola as coisas não podiam também estar pior. Kale agride um professor e é condenado a 3 meses de prisão domiciliária.
Em casa e de castigo, Kale transforma-se num voyer, dando largas ao uso da nova tecnologia e dos velhos… Binóculos. É assim que conhece a sua nova vizinha que o vai fazer voar sem sair do mesmo sítio. Kale também desenvolve um fascínio por um vizinho (David Morse) que embora tenha sempre passado despercebido, afinal não é aquilo que aparenta.
Um bom filme, divertido e com uma boa dose de suspense.
7/10