17 de Março de 2008

Muito se escreveu e falou sobre o quão maravilhoso é este filme. O quão sublime e maravilhosamente orquestrado é enquanto arte. É de facto arte, mas arte simplista, minimalista talvez. Não quero dizer com isto que o filme é pobre ou despojado de conteúdo , bem pelo contrario, mas é talvez simples demais para uma campanha publicitária estupenda e talvez mais que isso: a moda que é um filme indie nos dias de hoje.

Quando o ano passado deu a conhecer ao mundo uma louca roadtrip " de uma família num pão de forma amarelo", as pessoas na sua generalidade souberam o que é o cinema indie . Tal e qual moda, este ano não podia deixar de ter nos Óscares o filme indie  deste ano. Mas Juno não chega sequer aos calcanhares do que foi produzido e majestosamente orquestrado em Little Miss Sunshine ". Infelizmente é-me inevitável comparar os dois. São... isto custa escrever, do mesmo "segmento".

Juno traz-nos a história de uma rapariga que após um encontro fortuito, mas premeditado, cuja acaso e certeza na sua cabeça (a de Juno), de uma tarde de sexo, deixa-lhe um presente inesperado: uma gravidez de adolescente. Como se o mundo fosse perfeito, tudo é aceite sem grandes discussões. A madrasta, o pai e os amigos todos aceitam este facto com elegante naturalidade e até apoiam a pobre, mas muito dotada, rapariga. No auge da sua adolescência, a rapariga reconhece estranhamente que não tem capacidade para criar o futuro rebente e resolve dá-lo para adopção. Esta no entanto será nos seus termos e depois de alguma pesquisa, encontra o casal perfeito ou "quase perfeito".

Para não me alongar na história, sobre pena de estragar o filme a alguém , acabo aqui. Acabo, mas começo então a explicar o porquê do minimalismo que acuso o filme. Tudo nele é simples e demasiado obvio. A história é apenas mais uma. Não trás nada de novo e não demonstra nada que nos deixe de agua na boca a sair da sala de cinema. Muito menos onde digamos: Sim Sr. Este é um filme digno de Óscar!

Ellen Page pode ou não ter futuro à frente. Não conheço mais nada dela, para saber se este é o tom natural dela, ou se nos poderá dar algo mais, sendo uma actriz de calibre, mutável perante os seus papeis. Michael Cera, o estranho namorado, também é um desconhecido para mim, terei de ver Superbad para tirar alguma ilação. JK Simmons foi uma surpresa agradável , embora o papel em Homem Aranha seja provavelmente o melhor dele. Jason Bateman e Jennifer Garner , o casal "adoptivo", são um casal que até a discutir, ou em ruptura revelam-se um pão sem sal de qualquer tipologia.

Para Jason Reitman : Tens futuro! Se há algo de muito bom a retirar deste filme é a sua realização (a banda sonora também não é nada má). Já com Thank Your For Smoking eu tinha a sensação que este rapaz há-de ir longe e a forma como ele pega neste argumento, que para mim é pobre e o desenvolve para um pouco mais é digno de ser, isto sim, arte.

Para muitos um excelente filme, para mim, mais um entre tantos.

7/10

publicado por Ricardo Fernandes às 22:09 link do post
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17 de Março de 2008

Esta até é fácil ....



RJ/Kriticinema - 3 Pontos.
Mauro Fonseca - 1 Ponto.
publicado por Ricardo Fernandes às 17:33 link do post
17 de Março de 2008

A propósito do filme a estrear ainda este ano “Lost Boys: The Tribe”, vi o filme que em 1987 originou um culto por trás de todo o “underground vampírico”. O filme que em nada é extraordinário, está recheado de nomes sonantes desde a produção até ao actor de papel secundário. É reconhecido hoje como um fenómeno pop-MTV, com uma banda sonora típica dos anos 80.


 “Hmmm… produtor Richard Donner, realizador Joel Schumacher (aqui fiquei algo receoso…) e depois comecei a ler o cast: Jason Patrick, Corey  Haim, Kiefer Sutherland (BAUER!) e Corey Feldman (para quem não sabe este tipo foi casado com a desempregada Vanessa Marcil aka Sam Marques de Las Vegas).” Foi assim que comecei a ver este filme.


O meu único receio era precisamente Joel Schumacher… Receei que a “gayzisse” dele se estivesse a revelar nesta altura, conforme o fez em “Batman & Robin” com os mamilos nos fatos do Batman e os “close-ups” às nádegas dos dois senhores. Ora se bem que há três ou quatro filmes que gosto do amigo Joel, a maioria não gosto e acho bastante desprezível. Uma das primeiras cenas fez-me confirmar a regra de que “qualquer filme que o Joel faça é mau, mas vemos na mesma”. Joel contratou uma banda típica dos anos 80 e embora fosse moda em “personagens” como George Michael, não era senso comum ver um tipo loiro de cabelos compridos, cheio de óleo de massagem no corpo musculado e dançar com um saxofone na mão ao ritmo de uma música pop mas em movimentos típicos da lambada. Felizmente e fora algumas expressões latentes como “sair do armário” foi o máximo da “sua saída” do armário neste filme.


A história não apaixona, nem sequer é nada de extraordinária, mas há filmes que ganham o estatuto de culto apenas porque sim. Uma família de dois irmãos e uma mãe divorciada mudam-se para uma nova cidade na tentativa de reconstrução da sua vida. Aqui o irmão mais velho, apaixona-se por uma rapariga que o leva para maus caminhos. O irmão mais novo conhece dois miúdos da sua idade que acreditam estar numa cidade invadida por vampiros. Os caminhos dos dois irmãos cruzam-se quando o mais velho é iniciado nas tradições vampíricas e o mais novo se torna um verdadeiro caçador. Será que os laços familiares vão resistir a este dilema?


No fundo e sem nada de especial é sempre interessante ver os primórdios de gente como Kiefer Sutherland, ou o quão acabou por evoluir Joel Schumacher desde Lost Boys até Phone Booth. Um filme para um domingo à tarde.


6/10

publicado por Ricardo Fernandes às 17:26 link do post
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17 de Março de 2008

In The Valley Of Elah é um filme muito complexo. Talvez complexo demais para ser explicado nestas linhas. Como qualquer filme sobre a guerra do Iraque é um filme anti-americano. Não aborda a política da invasão do Iraque, não questiona sequer o motivo dessa invasão, mas aborda o que se passa no Iraque. A forma como afecta quem de lá vem. É um pouco como aquele filme televisivo da Sic sobre quem voltou do Ultramar. Claro que é como esse filme, mas sem o Vitor Norte aos gritos e com uma granada na mão a gritar “Ninguém me disse que isto ficava para sempre”.


A premissa é simples. Um pai (Tommy Lee Jones) recebe uma chamada do exército a avisar-lhe que o filho (militar) tem obrigatoriamente que se apresentar na base ou vai a tribunal militar. Na pista do seu filho desaparecido, ele acaba por interagir com as mais variadas personagens desde a polícia local (Charlize Theron), aos militares (com Jason Patrick e James Franco) ou a sua esposa (Susan Sarandon) que acaba por sofrer mais com este desaparecimento do seu filho que o próprio marido.


Sem revelar muito deste filme, ele é chocante. Não temos uma imagem verdadeiramente chocante, mas este filme revela, como outros referentes a outras guerras já revelaram, o efeito do trauma que é infligido nas mentes destes jovens que regressam e já não se sabem integrar na realidade “antiga” que os rodeia. O seu desfecho é chocantemente frio e cruel, pior do que a imagem transmitida pela personagem de Tommy Lee Jones.

Fico sem saber se vos hei-de aconselhar uma ida ao cinema, ou se não o deverão ver de todo. A verdade é que andei o filme inteiro a ser levado para um caminho, mais que previsível, e o final é totalmente diferente. Não como um twist, mas algo que eu não queria ver, nem acreditei ser possível.


8/10

 
publicado por Ricardo Fernandes às 17:24 link do post
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Gosto muito deste filme não só gosto...
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