
Quem leu o comic 300, vai notar várias diferenças visuais, o castanho predominante na BD, foi substituído por azuis e vermelhos vivos e o visual ficou muito mais… digamos… fashion (tendo o mesmo já acontecido a Sin City). Mas o sumo argumentativo, está lá. Não foge um milímetro sequer ao comic.
A história já é conhecida. A Pérsia invade a Grécia, por questões politicas (“e não só”), nada se poderá fazer para travar esta invasão. Nada… até Leonidas, Rei de Esparta, decidir que não morrerá escravo de um estado estrangeiro. Ele e a sua guarda pessoal de 300 homens, decide deter os cerca de 10 milhões de Persas que caminham para a conquista da Grécia.
Há quem chame este filme de épico, outros de neo-épico, o certo é que o filme deu que falar. Mal aceite pela crítica, mas muito bem aceite pelo público. Este filme não é como Tróia ou Gladiador, aliás qualquer comparação com estes filmes é completamente infeliz, pois estamos na presença de algo sobejamente maior.
Tecnicamente estamos na presença de uma obra de arte. As lutas, o desmembramento, o sangue é todo feito ao pormenor. O efeito de camera lenta, com mudanças bruscas de ângulo ou a velocidade mais rápida são constantes. O facto é que consegue-se perceber aquilo que realmente quer ser transmitido, a operância deste exército de 300 em uníssono, como se fossem um só!
O filme mistura, este realismo de batalha, com elementos de introspecção e com elementos jocosos, o facto é que está tão bem desenhada a forma como se interliga que quando Leonidas grita, seja o que for, a vontade é pegar na espada e no escudo para lutar ao lado dele.
Tudo isto deve-se a Zack Snider, que já tinha feito o remake que mais gostei até hoje (Dawn Of The Dead) e demonstrou neste filme (onde foi também co-argumentista) que tem jeito para a coisa. Gerard Butler pelo contrário não foi uma surpresa. Foi a confirmação do talento deste actor. Desde Drácula a Fantasma da Ópera (onde cantou durante as filmagens o que é um feito, visto que a maioria dos artistas cantou em estúdio), o homem já fez de tudo e talvez seja desta que vai para voos mais altos. Rodrigo Santoro cumpre excelentemente o seu papel. Como Xerxes, o Deus-Rei vivo, ele está praticamente irreconhecível. Parece que agarrou um lugar em Hollywood!
9/10 Magnifico.
