Hannibal Lecter imortalizado por Anthony Hopkins é talvez o maior psicopata assassino da história do cinema. Eloquente, charmoso, requintado, sofisticado e extremamente inteligente. É também um assassino sem escrúpulos, canibal, cruel.
Por mais curiosidade que eu tivesse acerca de psiche de Hannibal sempre achei que há segredos que não devem ser revelados e o facto de não sabermos como Hannibal se torna … Hannibal era um mistério que merecia a bem da obra prima criada pela interpretação de Anthony Hopkins ter ficado esquecido.
Ora este filme vem explicar a origem do mesmo. Hannibal é na verdade um Lituano proveniente de uma família abastada que se isola no campo para fugir da guerra soviética contra os nazis. A sua família é morta e só sobrevive Hannibal de 8 anos e a sua irmã Misha de 3, condenados a sobreviver isolados de tudo e de todos. Cedo um grupo de soldados descobre-os e procura abrigo em sua casa. Aí esperam sobreviver ao rigoroso Inverno mas ficam sem comida e famintos resolvem comer Misha a irmã de Hannibal prestes a morrer de pneumonia.
Dez anos mais tarde, Hannibal foge de um orfanato e vai procurar o único familiar que tem a França. Ao chegar a França o seu familiar já falecera e a sua esposa nipónica dá-lhe abrigo e formação. Hannibal desencadeia então o plano para vingar a sua irmã. Inicia a sua “vendetta”.
A minha opinião sobre este filme não é favorável. Nunca imaginei Dr. Lecter lituano. Sempre pensei que fosse um inglês aristocrata, ou um francês da mesma estirpe mas não lituano. Há factos e curiosidades engraçadas neste filme, o facto de vermos como ele inicia o seu fetiche “gormet”, mas tudo o resto parece ser misturado à pressão para revelar este Hannibal Rising. Eu não esperava o requinte que Hopkins demonstra nos outros filmes, afinal esse tem 60 anos e este é bastante novo, penso até que Gaspard Ulliel faz um excelente trabalho com o fraco argumento que lhe é dado. De Hannibal ser um jovem com fraca capacidade de verbalizar alguma coisa a ser um mestre do dialogo vão segundos, não se explica o seu interesse na anatomia humana, de súbito está a estudar medicina e até temos uma máscara japonesa similar à sua mordaça em “Silencio dos Inocentes”. Esta ultima era perfeitamente escusada. Achei que minimizar a personagem a uma vendetta por muito que haja um “twist” interessante final é pouco para uma das mais fascinantes personagens dos nossos dias.
Como o argumento foi escrito por Thomas Harris, o mesmo que escreveu os livros e inventou esta personagem, eu não posso ter grande coisa a dizer a não ser que faria diferente ou não faria, pura e simplesmente. A Petter Webber nada a dizer. A sua realização é segura e muito profissional.
4,5 de 10.