Ontem estreou um filme que há muito esperava para ver: Perfume – A História de um assassino.
Perfume é uma adaptação do livro com o mesmo nome de Patrick Suskind, talvez a grande obra prima na obra deste alemão, que a mim me deleitou e fascinou quando tinha os meus 20 anos. Tão bem descrita que o nascimento da personagem principal causou-me náuseas de tal forma que ainda hoje me incomodam (há que salutar o tradutor).
Foi uma prenda de uma amiga que me incentivava a ler e que me disse, que eu acima de todos os que conhece seria talvez a pessoa que mais vibraria com o livro. Li-o de uma assentada e até hoje não li nada igual ou melhor.
Na maioria da minha vida, sempre fui uma pessoa muito ligada aos sentidos e nada prático. As emoções fluíam em mim como as palavras que hoje solto (penso eu…) ecoam racionalmente na cabeça de outros.
Infelizmente esse tempo de emoções acabou e tal como qualquer jovem que chega à fase adulta, tendi para uma racionalização do pensamento e tornei-me muito prático. Com escolhas por vezes demasiadamente racionais. É talvez por isso que os meus filmes favoritos sejam os de fantasia.
Perfume conta a história de Jean-Baptiste Grenouille, um francês que nasce sem odor no corpo. Por esse motivo cedo desenvolve um olfacto maior que todos os outros e torna-se ajudante de um “alquimista de perfumes” e o seu caminho descamba para um lado negro quando procura aquele odor supremo.
Dirigido por Tom Tykwer e com grandes presenças Alan Rickman (Snape de Harry Potter) e Dustin Hoffman ( não precisa de apresentações mas vá… Rainman com Tom Cruise), é um filme para ser visto de mente aberta e com as narinas bem sensíveis.
O livro é totalmente odorífico pelo que, creio eu, teremos de entrar no cinema de mente aberta e susceptível ao odor que nos será transmitido. Entrem neste mundo de cheiros e odores sem receios, porque se o filme for 1/5 do livro… já será magnífico!