Desde o inicio dos tempos o homem tem a necessidade de recolher, registar, relatar e deixar para a posteridade. Em tempos de crise ou não, o homem sempre procurou recolher os factos e apresenta-los como tal. Na pré-história temos as pinturas rupestres e na idade clássica temos escribas a relatar os acontecimentos. Hoje temos a televisão, os jornais, a internet.
Diary of Dead, poderia ter sido um grande filme. Não o é, mas tem claramente o olhar crítico de Romero perante a sociedade como todos sempre tiveram. Esta tentativa passiva de relatar, os factos tal como eles são acaba por cortar por completo alguma humanidade existente de entre ajuda tão característica nos filmes americanos. Mas Romero nunca foi de tendências e nunca foi de enaltecer o espírito de entre ajuda em épocas de crise, pelo contrário sempre optou por enaltecer o espírito de sobrevivência. Dentro do tema de observação toca ainda aspectos intrínsecos ao ser humano, como o abrandar o carro para ver e não para ajudar num acidente, mas não os desenvolve.
Se não tem surgido numa época em que o público começa a saturar de filmes como [REC] ou Cloverfield, talvez o impacto tenha sido outro. Esta história de um grupo de jovens cineastas que se faz à estrada no dia D do fim do mundo, acaba por ter uma imagem em comparação a Cloverfield, muito amadora e actores pouco convincentes em relação aos outros filmes de Zombies feitos por Romero. As mortes “dos mortos” essas sim são inovadoras.
7/10 – É sempre Romero.