Podíamos ter um grande filme, um daqueles que aparecem e que deixam toda a gente de boca aberta e a sair da sala de cinema a dizer mas que grande filme! Não é mau, mas parece pouco desenvolvido.
Blood Diamond é a história que todos conhecemos sobre a exploração de África. Foca um ponto da história relativamente recente. Um pai perde a sua família quando guerrilheiros invadem a sua aldeia e o levam para trabalhar nas minas de diamantes. Aí Djimon Hounsou descobre um diamante que vai dominar a história por completo.
Em paralelo temos Leonardo Di Caprio um mercenário filho de africa que se dedica ao tráfico de diamantes. É nestes dois personagens e numa repórter interpretada por Jennifer Connely que a história se vai desenrolar. Vocês não querem saber como (terão de ver o filme) mas Djimon e Di Cabrio, acabarão por se juntar para procurar o diamante com fins para o mesmo diferentes. Djimon pretende encontrar o seu filho raptado por guerrilheiros e Leonardo pretende vender o maior e mais precioso diamante de África.
O filme peca por querer levantar inúmeras questões e não concluir nenhuma. Fala sobre a exploração, escravidão humana, do próprio facto que ao comprarmos um anel de diamantes milhares de pessoas foram mortas ou torturadas para que o possamos ter. Acaba por sub-desenvolver estes temas ou roça-los de leve.
Centra sobretudo a sua história na dualidade ou conflito entre as duas personagens principais, que parecem ter uma química nata para este filme. Alias, eu não me lembro de ver nenhum filme onde Djimon Hounsou esteja mal no papel que faz (aqui num inocente) e Leonardo Di Caprio, que cresceu imensamente durante os últimos anos como actor. O Óscar a ficar em sua posse ficará muito bem entregue, pois faz um papel fenomenal, é realmente um grande actor. Ora em amizade, ora em conflito aberto esta relação é realmente o ponto forte do filme, pois até a personagem de Connely é vaga e distante, quase de pouca relevância não para o filme, mas para o espectador. Entre os dois temos alguém puro de um lado (a lembrar o Amistad) e o conflito mercenário e humano do outro. O filme tem cenas de acção absolutamente brutais, fazendo corar qualquer realizador de um James Bond. Aliás em termos de cenário tem tanto de macabro como… talvez magnífico seja a melhor palavra.
7/10 Um filme muito bom. Pecando apenas na sua dispersão.