28 de Março de 2008

Acho que muito em breve a revista Take irá dar que falar! Pelo menos no nosso meio de bloguistas amantes do louco mundo de imagens quentes e vivas. Eles estão a trilhar um bom rumo e efectivamente a tornarem-se conhecidos. Ainda há pouco tempo vi a pequena participação dos blogues Cinema Notebook e Deuxieme (ver links na respectiva secção)no Curto Circuito da Sic Radical e fiquei genuinamente contente com o progresso que têm feito. Cheio de inveja, mas muito, muito contente.

 

O Miguel do Cinema Notebook levantou questões interessantes e que me levaram a pensar. Ele disse que se num país como o nosso existem 2 ou três de revistas de cada “arte” porque não de cinema? Eu concordo. Há espaço para uma revista de cinema. Mas então porque falhou a “Premiere” ? Terá sido uma questão pura e simplesmente financeira,  de conteúdo, de quê? A sua estrutura está na base da nova Take. Aliás é o mesmo sistema com pessoas diferentes. Não me interpretem mal, eu comprava a Premiere, como um dia comprarei a Take, se esta aventura chegar a bom porto. A questão que me coloco é simples: não estará o crítico de cinema conotado com o “falar mal apenas por falar mal”? Não são raras as vezes que ouvimos as pessoas na sua generalidade dizerem, se os críticos falam mal eu vou ver, porque deve ser bom. Aliás eu até me recordo de completamente odiar as críticas de Maria do Carmo Piçarra. Acho que o estilo de filme dela, não passa pela aventura, pela magia e quando ela fazia críticas a filmes como “V for Vendetta” e os devastava, eu ficava pura e simplesmente fulo da vida. É isso que não que aconteça à Take. A grande vantagem que a Take têm em relação à Premiere é que acaba por ser de todos “nós”, os bloguistas que debitam que vivem e escrevem cinema como se fossem entendidos na matéria. Esse é o trunfo da take e é esse trunfo que eu gostava de nunca ver desaparecer.

 

A grande questão afinal de contas acabará por ser a profissionalização dos nossos colegas. Chegará a uma altura que já não escreverão por amor ao cinema e sim porque apenas escrevem sobre cinema. Nessa altura escreverão sem magia e paixão por qualquer tipo de filme. Claro que haverá obras de arte e a tendência a fugir ao mainstream, tornando-se mais elitistas, mas o que quer o espectador ler para ir ao cinema? Quer saber que vale a pena, não quer saber se é chato ou enfadonho. Nós queremos ser enganados. Se saímos e não gostamos do filme, não vamos culpar a revista, culpamos a namorada que o quis ver, ou o vizinho que o aconselhou, mas nunca a revista.

 

Claro que houve mais falhanços da Premiere, como a nudez feminina (que eu agradeço completamente, mas por exemplo a minha namorada não) e as entrevistas copiadas de outras, tornando o acto de entrevistar para já os portugueses muito louvável da parte de toda a equipa da Take. Faltam coisas boas que a Premiere fez: as crónicas de Cromwell eram interessantes e as “mil caras de…”, claro está a nudez (ai, esta não). Falta também e aqui não da Premiere, mas de vocês um espaço para a blogosfera. Para artigos retirados de sites de cinema, do rapaz comum ter o seu nome na revista.

 

Do fundo do meu ser, só vos peço que não se percam. Estão a fazer um excelente trabalho até agora, desejo-vos toda a sorte do mundo e que um dia possamos trabalhar juntos, já que também é um sonho meu. Sucesso, humildade e não sigam os erros da Premiere, pelo amor de Deus!

 

P.S. Não deixem de meter “gaijas” nuas!

publicado por Ricardo Fernandes às 15:09 link do post
Caro Ricardo, apenas um ou dois apontamentos:

No Curto Circuito, quem lá apareceu fui eu e o José Soares, director da revista, mas que não tem qualquer ligação ao blogue Deuxieme. É independente, digamos assim ;)

Quanto ao escrever com paixão, sigo um velho provébio: escolhe um trabalho que gostes e não terás que trabalhar um único dia da tua vida.

E se este é um sonho teu, faz como muita gente já o fez nos últimos tempos. Envia o teu CV para o mail da Take. Como já sei o que te vai ser pedido, adianta já o mail com uma análise a um filme até aos 3000 caracteres e as razões pelas quais julgas ser útil para a revista (o que de novo irias trazer à revista, se te responsabilizavas por artigos criativos e não só por análises etc etc). Depois nas reuniões que temos, isso é tudo analisado e votado em conjunto. Mas se é esse o tenho sonho, faz por ele ;)

Um abraço.
Knoxville a 28 de Março de 2008 às 21:53
Obrigado pelas palavras, mas o sentido deste post não foi numa candidatura. O meu sonho será concretizado nos meus termos um dia. Quanto ao facto de trabalharmos juntos, é apenas o meu reconhecimento do grande trabalho que vocês estão a efectuar!

Espero que tenhas razão no que toca À paixão!

Um abraço!
Não me lembro nada de ter arrasado o "V for Vendetta" mas acredita que gosto de filmes de aventuras e com magia. Provavelmente temos gostos diferentes, o que é saudável numa democracia, não? Tive o privilégio de poder escrever sobre cinema durante alguns anos e - incrível para ti provavelmente - continuo a escrever na Maxmen. Isso não significa que a minha opinião fosse consensual. Tu não te identificas com os meus gostos cinematográficos, outras pessoas identificavam-se e uma revista como a Première ou outra qualquer tem de ter diversidade de pontos de vista. Acho que é fácil de entender. O que é mais estranho é confundir pessoas com as suas opiniões cinematográficas...
Maria do Carmo Piçarra a 31 de Março de 2008 às 15:41
Obrigado Maria, por teres tido o tempo para ler este post no meu humilde blog. O facto de eu não gostar, e odiar neste texto apareceu mesmo como força de expressão, de determinadas posições cinematográficas nos teus textos, não tive qualquer presunção de confundir o que fazes e fazias com a Premiere profissionalmente, com a tua pessoa. Sendo leitor assíduo da Maxmen, também sei que continuas a escrever para lá. De qualquer forma, por vivermos nesta pequena democracia, posso não concordar com o que escreves. Ainda assim reconheço que nas pequenas duas frases que escrevi neste post sobre ti, sou um pouco rígido e inflexível quanto À tua posição cinematográfica, embora refira que "acho" e aí é apenas uma conjectura do que um teu leitor assíduo fazia e faz dos teus textos. Lamento se te insultei de alguma forma, não foi de todo a minha intenção.
O que eu acho estranho é quando um crítico parece não aceitar uma crítica. É óbvio para todos que o Ricardo não lhe fez qualquer comentário a si enquanto pessoa mas sim ao seu trabalho, e isso é perfeitamente normal e esperado. Ou serão os críticos incapazes de provar o seu próprio "veneno"?
O que torna a situação mais turva é a necessidade que teve de arrastar essa crítica ao campo pessoal tentando fazer parecer que ele tinha "confundido" a sua pessoa com aquilo que escreve. Ora, isso não é seria lógico nem sequer num escritor, quanto mais num crítico!
Acho (e claro que estamos no campo meramente opinativo, livre e democrático) que um bom artigo ou uma boa crónica tem sempre um cunho pessoal (e ainda bem), e o crescimento intelectual surge quando aqueles que não concordam com o que se escreve dizem-no explicitamente, surgindo a discussão e a possibilidade de ver pontos de vista antes não considerados.
Se calhar, quando o Ricardo diz que acha que a senhora não gosta de filmes de fantasia, quer apenas dizer que os olha (ou que parece vê-los) de uma maneira muito objectiva, quando no fundo eles serão tudo menos isso para ele. Talvez seja um motivo de reflexão, ou não, dependendo do poder de encaixe de cada um.

Acho que já me alonguei o suficiente e que nem sequer irá ler isto, mas de qualquer forma penso que o deveria fazer pois a minha máxima sempre foi:
"Posso não estar de acordo com o que dizes mas luto para que o possas dizer", em todas as situações.

Filipa a 31 de Março de 2008 às 23:41
Tenho tanto ou mais respeito pelos blogs e pelas pessoas que amam o suficiente aquilo sobre o qual escrevem como tenho pela imprensa tradicional. Por isso os procuro e leio porque se há uma coisa que comungamos, creio, é a paixão pelo cinema. Respeito a opinião do Ricardo sobre os meus textos. E depois de ler o comentário dele ao meu, respeito-o também pelo que diz nele. Já agora, a verdade é que gosto muito de filmes de aventuras. Talvez não goste exactamente dos mesmos que o Ricardo e por isso tenha ficado aborrecida por escrever que não é o meu género de filmes. De qualquer modo os meus textos, como os de qualquer pessoa que publica opinião sobre o que seja, são só isso: opiniões de alguém que gosta e que tem a sorte de poder escrever sobre aquilo de que gosta. Parabéns pelo blog Ricardo e bons filmes :)
Maria do Carmo Piçarra a 3 de Abril de 2008 às 00:42
Obrigado Maria, continuação de sucesso na tua carreira. ;)
Espero que este comentário não seja mal entendido, porque falo de diferente. Acho a iniciativa Take optima como qualquer outra alternativa que possa aparecer.

concordo e gosto com a ideologia de "if nobofy else does it, why can't we"!... Assim, acredito e apoio qq projecto de possa surgir, na matéria do cinema sobre este assunto.

A Take não está sozinha. Embora alguns possam preferir um projecto ou outro (vivemos num mundo livre! :P) existe também o RED CARPET (http://redcarpetonline.net, site de noticias e forum, com revista online gratuita, no qual participo), existe o EM CENA, o CINEMA 2000, o CINEMA PT GATE... etc...

Todos estes apresentam projectos com diferenças distintas, e particularidades em cada um, mas todos comungam de uma ideologia: POWER TO THE PEOPLE! :P

Quem gosta de algo, trabalha e partilha essa paixão com o resto. Gratuitamente, tendo publicidade gratuita ou paga, não interessa. O que interessa é o conteúdo preparado e interessado, e a disponibilização para o público em geral.

O que eu gostava mesmo era de ver 3, 4 ou 5 publicações gratuitas, com caracteristicas distintas, para não sobrelotar o mercado, mas gostava de ver mais iniciativas desta natureza e pensar que nenhum é concorrente, mas um companheiro de luta para quem gosta de cinema...

Os blogues já são há um muito sinal disso... mas era interessante existir algo mais, mais preparado, mais consciente e atrevido. Felizmente tenho encontrado isso no Red Carpet, mas acho que cada um pode desbravar o seu proprio caminho, seja num projecto em execução, ou criando de origem.
Nuno Cargaleiro a 8 de Julho de 2008 às 04:45
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