Acho que muito em breve a revista Take irá dar que falar! Pelo menos no nosso meio de bloguistas amantes do louco mundo de imagens quentes e vivas. Eles estão a trilhar um bom rumo e efectivamente a tornarem-se conhecidos. Ainda há pouco tempo vi a pequena participação dos blogues Cinema Notebook e Deuxieme (ver links na respectiva secção)no Curto Circuito da Sic Radical e fiquei genuinamente contente com o progresso que têm feito. Cheio de inveja, mas muito, muito contente.
O Miguel do Cinema Notebook levantou questões interessantes e que me levaram a pensar. Ele disse que se num país como o nosso existem 2 ou três de revistas de cada “arte” porque não de cinema? Eu concordo. Há espaço para uma revista de cinema. Mas então porque falhou a “Premiere” ? Terá sido uma questão pura e simplesmente financeira, de conteúdo, de quê? A sua estrutura está na base da nova Take. Aliás é o mesmo sistema com pessoas diferentes. Não me interpretem mal, eu comprava a Premiere, como um dia comprarei a Take, se esta aventura chegar a bom porto. A questão que me coloco é simples: não estará o crítico de cinema conotado com o “falar mal apenas por falar mal”? Não são raras as vezes que ouvimos as pessoas na sua generalidade dizerem, se os críticos falam mal eu vou ver, porque deve ser bom. Aliás eu até me recordo de completamente odiar as críticas de Maria do Carmo Piçarra. Acho que o estilo de filme dela, não passa pela aventura, pela magia e quando ela fazia críticas a filmes como “V for Vendetta” e os devastava, eu ficava pura e simplesmente fulo da vida. É isso que não que aconteça à Take. A grande vantagem que a Take têm em relação à Premiere é que acaba por ser de todos “nós”, os bloguistas que debitam que vivem e escrevem cinema como se fossem entendidos na matéria. Esse é o trunfo da take e é esse trunfo que eu gostava de nunca ver desaparecer.
A grande questão afinal de contas acabará por ser a profissionalização dos nossos colegas. Chegará a uma altura que já não escreverão por amor ao cinema e sim porque apenas escrevem sobre cinema. Nessa altura escreverão sem magia e paixão por qualquer tipo de filme. Claro que haverá obras de arte e a tendência a fugir ao mainstream, tornando-se mais elitistas, mas o que quer o espectador ler para ir ao cinema? Quer saber que vale a pena, não quer saber se é chato ou enfadonho. Nós queremos ser enganados. Se saímos e não gostamos do filme, não vamos culpar a revista, culpamos a namorada que o quis ver, ou o vizinho que o aconselhou, mas nunca a revista.
Claro que houve mais falhanços da Premiere, como a nudez feminina (que eu agradeço completamente, mas por exemplo a minha namorada não) e as entrevistas copiadas de outras, tornando o acto de entrevistar para já os portugueses muito louvável da parte de toda a equipa da Take. Faltam coisas boas que a Premiere fez: as crónicas de Cromwell eram interessantes e as “mil caras de…”, claro está a nudez (ai, esta não). Falta também e aqui não da Premiere, mas de vocês um espaço para a blogosfera. Para artigos retirados de sites de cinema, do rapaz comum ter o seu nome na revista.
Do fundo do meu ser, só vos peço que não se percam. Estão a fazer um excelente trabalho até agora, desejo-vos toda a sorte do mundo e que um dia possamos trabalhar juntos, já que também é um sonho meu. Sucesso, humildade e não sigam os erros da Premiere, pelo amor de Deus!
P.S. Não deixem de meter “gaijas” nuas!